Assista à live no Instagram @casadesonhos
O que a agenda 50-50 da ONU tem a ver com você?
A vida é um fluxo que sempre se renova, mas nossa mente busca focar-se na fotografia do momento, geralmente pelo viés do medo e da dor. Tempos obscuros como os ainda vividos, entremeados por guerras e acentuados ao extremo com a pandemia, tendem assim a nos fazer perder a visão do todo, horizonte e o sonho com um futuro melhor.
Dentro desse cenário, quando vemos a situação da mulher no mundo, neste mês de celebração internacional do Ser Mulher, especialmente os elevados índices de violência contra a mulher e de desigualdade de gênero no mercado de trabalho, parece não haver o que celebrar.
Felizmente não é de todo assim! Uma nova Era vem surgindo…
Entramos em 2022. Isso significa que estamos agora a apenas 8 anos de 2030, prazo que os Estados-membros da Organização das Nações Unidas-ONU acordaram, em 2015, cumprir a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável! Trata-se de plano de ação para promover o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza, composto de 169 metas globais com foco nas pessoas, no planeta, na prosperidade e na paz mundial.
A MULHER COMO CAMINHO
No “Top 5” da Agenda 2030, não por acaso, está o “Objetivo nº 5: IGUALDADE DE GÊNERO – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”.
Em seu detalhamento, esse objetivo prevê o compromisso com a eliminação de “todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas” (5.2) e “adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis”(5c).
Para apoiar a Agenda 2030, a ONU Mulheres lançou na sequência a iniciativa global “Por um planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero” ,que estabeleceu outros compromissos concretos assumidos por mais de 90 países. “Construir um Planeta 50-50 depende que todas e todos – mulheres, homens, sociedade civil, governos, empresas, universidades e meios de comunicação – trabalhem de maneira determinada, concreta e sistemática para eliminar as desigualdades de gênero”, ressalta a instituição em seu site.
Ou seja, há um entendimento global inquestionável de que não há como o mundo alcançar o desenvolvimento sustentável e erradicar a pobreza sem antes eliminar todas as formas de violência contra mulheres e meninas e sem empoderá-las! São compromissos assinados por todos que vêm fazendo a roda da mudança girar com o dever de cumprir o que foi acordado em um prazo que vai passar num piscar de olhos.
EQUILIBRIO PLANETÁRIO
Importante é perceber a sinergia entre os símbolos do Objetivo nº 5 e a do planeta 50-50. Duas imagens, uma mensagem: Equilíbrio.
Nada na vida evolui e se sustenta sem equilíbrio, não é mesmo? Tudo o que pende demais para um lado gera sua própria queda, cai ou afunda – um avião, um carro, um barco, um corpo, a vida em si… Eis um ensinamento representado há milênios por outro símbolo bem familiar: O TAO
O Tao equilibra a oposição presente no conceito do YIN e YANG, princípio do Taoísmo. Segundo esta filosofia chinesa, que remonta ao Século III ou IV a.C e teve Lao Tzu como seu precursor, Yin e Yang são duas energias opostas e complementares, sendo Yin- a metade preta – representa vales, enquanto Yang – a metade branca – representa as montanhas.
O Yin e o Yang também são descritos como a lua e o sol; o masculino e o feminino; o espírito e a matéria. A filosofia chinesa compreende essa complementaridade como a essência do movimento vital. As duas esferas no símbolo simbolizam a ideia de que, cada uma das forças manifesta dentro de si o seu oposto.
Cada forma de vida (humana, animal, vegetal…) é regida por essas forças, essas polaridades. O que vemos porém, ao longo do tempo, é a apropriação, estímulo e o uso indevidos pelo Homem da energia YANG, levando à violência e deterioração extremada de todos seres e do planeta que salta aos olhos.
É violência não respeitar o tempo da terra no cultivo, não respeitar o sono, o ócio e levar as pessoas a viverem para trabalhar, sem descanso; é violência impor a supremacia de um gênero sobre o outro (certamente também por classe e raça…). Até o tempo do parto foi retirado, com cesarianas que permitem aos hospitais receberem muito mais clientes ao longo em um dia, que no tempo do parto natural…
Das mais diversas formas a relação da humanidade com a energia YIN foi sendo descuidada, quase como se buscassem suprimi-la. “Deixa pra dormir, quando morrer”, dizem…
Em seu livro “A Cura da Humanidade” (Ed. Pensamento), o filósofo-espiritualista Trigueirinho expõe que “a cura da humanidade é também a transformação da maneira de cada indivíduo perceber o universo e se relacionar com ele”.
Desse modo, não há caminho de evolução e de fim do sofrimento sem a harmonização das energias YIN e YANG, que passa também alcançarmos o equilíbrio da existência de homens e das mulheres no mundo.
A explicação do autor sobre a Lei do Carma Material é de uma clareza profunda! Ele ensina que enquanto um indivíduo age com base propósitos individuais, “seus atos nunca conseguem refletir totalmente a meta cósmica e, por distanciar-se dela, demandam sempre uma reação que os neutralize”, ou seja, ele permanece assim “circunscrito à necessidade de reequilíbrio”.
Assim, ver países estabelecendo uma agenda de compromisso e de trabalho que inclui a igualdade de gênero, o fim de todas as formas de violência a mulheres e meninas e o empoderamento destas é perceber que esse entendimento do Plano Maior está sim já ao alcance das esferas políticas, conscientes ou não, mesmo que a passos lentos e que a transformação é irreversível, dado a urgência em que nos encontramos.
Não há fronteiras para a ação da natureza. A alteração climática, por exemplo, em um polo repercute no outro; os refugiados climáticos são uma realidade; as migrações por guerra se sucedem e as nações que os recebem “incham”, os conflitos explodem…; a miséria econômica e social cria terroristas que tiram a ilusão de quem achava viver no mundo dos sonhos… O barco é um só.
Resgatar ou construir um mundo com igualdade de gênero e sem violência contra a mulher é cuidar da expansão de uma energia de poder que desconcentra, partilha, agrega; é cuidar da mente e da alma das gerações futuras, da educação.
Mulher é sustentáculo emocional e afetivo.
O PAPEL DE CADA UM
E nós, somos espectadores? Resta-nos aguardar os países cumprirem o que prometeram para 2030?
Somos tod@s agentes desse processo – a começar em nós, depois em casa, com a família, com nosso entorno, no trabalho. É nossa também a missão e a responsabilidade de nos alinharmos com o chamado ao EQUILÍBRIO e a CASA DE SONHOS atua para isso.
Onde você reconhece a desarmonia na sua vida? Ela é de que natureza, YIN ou YANG?
Está buscando impor sua vontade sobre a dos demais? Agindo sem respirar? Falando sem escutar?
Como você pode ajudar a erradicar a pobreza, a consumir de modo sustentável, a promover uma educação de qualidade, um trabalho decente, igualdade de gênero…?
Talvez você trabalhe em empresas, associações e instituições de grande poder? Talvez ocupe posições decisórias e pode acelerar o cumprimento da Agenda 2030 e por um planeta 50-50.
Contas serão prestadas em breve e Cazuza nos lembra: o tempo não para!
2030 é logo ali e caminha para entrarmos todas e todos na energia da mulher que dá a vida, para fazermos nascer um mundo mais feminino e assim, igualitário.
Vamos junt@s?!
Jornalista, design de experiências, tradutora e conectora de ideias, pessoas e sentimentos. Colaboro com a Casa de Sonhos como ferramenta de transformação positiva do mundo.